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Co-governance – quem constrói a cidade somo todos nós

 
2 outubro 2021   |   Internacional, ,
 

Do dia 9 ao 12 de outubro se realizará o II Congresso Internacional de Co-governance, intitulado “A Cogovernança como processo de construção de fraternidade na política, a partir das cidades”, participe e colabore com a transformação da sua cidade.

Co-governar

Já pensou em governar uma cidade? Ser protagonista nas decisões políticas da sua comunidade? Provavelmente você já se tenha feito essa pergunta quando estava insatisfeito com alguma situação política ou revoltado com alguma injustiça. Ou talvez você nunca se perguntou, pois essa realidade parece muito distante ou então você não gosta de discutir política, pois já cansou de se decepcionar com os políticos de seu país.

Mas essa percepção de que a política é distante ou inalcançável está mudando com o paradigma de Co-governance, ou seja, governança colaborativa, ao qual todos são chamados a se tornarem agentes transformadores da sociedade em que vive.

A Pandemia nos mostrou mais do que nunca o quanto somos interconectados e interdependentes, que decisões políticas têm impacto na vida de todos. Então independente da nossa idade, profissão ou classe social, somos todos cidadãos e por isso responsáveis pelo presente e futuro das nossas cidades. E Co-governance propõe justamente uma política baseada em relações entre indivíduos, instituições e organizações e um governo participativo que almeja o bem-comum.

Em 2019 o United World Project lançou a campanha anual #DaretoCare (ousar cuidar) com o tema “cidadania ativa e política pela unidade”. Este ano a proposta é ousar cuidar das pessoas, do planeta e da nossa conversão ecológica, o que não deixa de ser uma ação política. Então mais do que nunca somos convidados a sermos protagonista nos processos sociais e certamente Co-governance é um caminho para ousarmos cuidar, um caminho para um mundo melhor.

O Congresso

Diante dessa temática, o Movimento Político pela Unidade (MPPU) juntamente com Humanidade Nova estão promovendo o II congresso Internacional de Co-governance com o tema “A Cogovernança como processo de construção de fraternidade na política, a partir das cidades”. Convidamos Sarah Gomes, brasileira, assessora da Anpecom e membro do MPPU para nos contar mais sobre o evento.

Sarah você poderia nos dizer, o que é Co-governança, qual o conceito por trás desse termo?

Primeiro eu começaria dizendo que co-governança é um termo complexo. Nós estamos ainda nesse processo de construção do conceito em si, que é substancial. Tem uma comissão científica pensando esse conceito e o que conseguimos delinear é que CO-GOVERNANCE é governar para a coletividade e é direcionado para o bem comum. CO significa justamente “governar com”, existe a relação. A Co-governance predispõe desta companhia que é um diálogo entre todos os agentes sociais, por isso todos nós somos convidados a co-governar. É um diálogo entre todos para poder conseguir implementar políticas públicas, para fazer com que a gestão da cidade convirja para a população e para o bem comum. Então basicamente, em linhas gerais, Co-governance é esse “governar com”. E essa corresponsabilidade no qual nós somos convidados.

Pode-se pensar que este congresso é somente para pessoas diretamente envolvidas no âmbito político. Mas do próprio conceito de Co-governança entendemos a importância da corresponsabilidade, de que a proposta é para todos aqueles que gostariam de transformar sua cidade em um lugar melhor, mais justo. Então Sarah, afinal de contas, quem pode participar do congresso de Co-governança?

Todos nós podemos participar, desde aqueles que têm interesse até àquele que diz “não quero falar sobre política”, mas querem fazer diferente na sua cidade, ou já fazem diferente, mesmo sem conversar sobre política, podem participar do congresso: médicos, engenheiros, arquitetos, especialistas, politólogos, estudiosos. Também os cidadãos comuns, todos nós.

Quais serão os temas discutidos e o que podemos esperar deste congresso?

Então o tema do congresso desse ano é “A Cogovernança como processo de construção de fraternidade na política a partir das cidades”. Vamos aprofundar 3 temas principais: O primeiro será como a fraternidade pode construir a co-governance, que vai ser o tema principal do congresso. Depois nós temos dois painéis que são: 1. instituições públicas e sociedade civil, cooperação e diálogo em vista do bem comum e 2. economia fraterna, sustentabilidade e economias públicas.

Podemos esperar do congresso momentos de debates entre os painelistas, mas também teremos momentos de grupos, onde poderemos discutir juntos. Será bem interessante justamente porque estaremos todos juntos, todos os gestores, cidadãos, conversando o podemos fazer para melhorar nossa cidade, como co-governar pela nossa cidade. Então eu acho que vai ser muito rico, porque poderemos nos olhar nos olhos e construir juntos.

Quem quiser participar, como pode se inscrever? Qual será a modalidade?

A modalidade é online, então todo mundo pode entrar no site internacional de Co-governance, (só digitar “co-governance”), e lá você encontra a plataforma de inscrição.

Qual será a programação desses 4 dias? O que vai ser destacado nesta edição?

Nesta edição será destacado o olhar Latino americano, nós estamos aqui no Brasil. Então convidamos toda a nossa rede latino-americana do MPPU, de Humanidade Nova e outras organizações que temos parceria, para conseguirmos articular esse congresso realmente com esse olhar de todos os países que compõe a América Latina, seja nas relações, seja nas boas práticas.

Em tantos países a polarização, as incertezas e insatisfações políticas da atualidade se tornam um grande desafio ao se debater sobre a cidade, a nação. Para você Sarah, “Política para todos” é mesmo possível?

Sim, é possível primeiramente porque parte daquilo que acreditamos, daquilo que tomamos para nós como ideal. Eu parto desse pressuposto de que política é para todos porque somos todos seres políticos, qualquer ação que fazemos é política. Todas as nossas ações em casa, as nossas relações, as nossas ações fora de casa, na sociedade… essa teia de relações é política. A política é para todos, não tem como fugir dela. É por isso que cada vez mais esse convite de co-governar é mais forte, porque se nós somos seres políticos, somos sempre chamados a co-governar, porque qualquer ato que eu fizer, como jogar o lixo na rua ao invés de jogar no lixo eu vou estar contribuindo para que a minha cidade continue poluída, não para que ela fique mais limpa. Então esses pequenos atos são atos políticos e consequentemente política é para todos.


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