United World Project

Workshop

No Burundi “Pode ser feito”!

 
8 fevereiro 2022   |   , ,
 
por AMU-Azione por un Mondo Unito ONLUS

O projeto “Pode ser feito!”, promovido pela AMU e pela CASOBU tem como objetivo criar grupos de microcrédito comunitário, cujos membros possam se autossustentar na criação de atividades laborais e, na segunda fase, criar um grupo de microfinanças comunitárias para dar apoio ao crescimento dos projetos em expansão.

Birashoboka! Na língua Kirundi significa “pode ser feito”! A partir desta convicção nasceu o projeto de Microcrédito e Microfinanças Comunitários.

A AMU, desde que nasceu, vem buscando formas de fraternidade nos contextos mais vulneráveis do mundo; formas que estabelecem as bases para o desenvolvimento efetivo, respeitando a realidade social, cultural e econômica específica.

É por isso que, apesar das grandes dificuldades em que o Burundi ainda está imerso nos últimos anos, a AMU descobriu que apoiar as capacidades e ideias da comunidade local é a melhor maneira de um desenvolvimento duradouro e consciente.

O Burundi, segundo país mais densamente povoado da África, é um dos cinco países com as maiores taxas de pobreza do mundo; ocupa a 185ª posição entre 189 países no Índice de Desenvolvimento Humano (Relatório 2019). Quase uma em cada duas famílias, cerca de 4,6 milhões de pessoas, sofre de insegurança alimentar e mais da metade das crianças estão desnutridas (PMA, 2014 e 2016).

Além disso, o acesso à água e ao saneamento básico é muito escasso, e menos de 5% da população está conectada à rede elétrica (Banco Mundial, 2016).

A situação de saúde no país, aliás, continua preocupante, a maioria da população tem que pagar diretamente pelos cuidados de saúde.

Desde 2007, a AMU e a CASOBU acompanham as famílias burundianas em um caminho de melhoria de suas condições de vida, intervindo em várias áreas.

Acqueline é uma jovem burundiana que faz parte de um grupo de microcrédito…

Acqueline conheceu o projeto graças a alguns membros do grupo e decidiu fazer parte dele no exato momento em que os membros – que haviam conseguido acumular uma soma suficiente – estavam refletindo sobre uma nova e inovadora estratégia de atividade de produção comum.

Na verdade, o grupo entendeu que, com os recursos arrecadados, além de satisfazer às solicitações de empréstimo de pessoas físicas, era possível iniciar atividades coletivas. Em particular, a escolha recaiu sobre a criação de vacas, cabras, porcos e ovelhas. O mecanismo de gestão prevê que, uma vez adquirido, o animal seja entre em turnos aos componentes. Dessa forma, os membros não só têm leite e estrume, essenciais para viver e fertilizar os campos, mas, quando o animal se reproduz ou é vendido, financiam outras atividades do próprio grupo.

“Participar do grupo já me ajudou, diz Acqueline. Se eu precisar de um empréstimo o grupo está sempre lá, e o dinheiro me é concedido de bom grado e com confiança, ao contrário do que aconteceria se me dirigisse a qualquer pessoa física. O importante é mostrar que podemos começar um negócio e depois pagar o crédito. Além disso, a cabra que recebi do grupo deu à luz dois filhotes: um pode ficar comigo e o outro eu vou dar para o grupo.”

A permanência no grupo gerou novas ideias, como Acqueline confirma: “Agora, muitos estão começando a comprar animais domésticos para criá-los. Ou comprando cachos de banana, bem raros neste local, para produzir vinho de banana e vender aqui. Muitos estão começando a investir em atividades que lhes permitam crescer, que é precisamente o valor agregado do fato de estarmos juntos. O exemplo marcante é que agora passamos a pensar em uma atividade coletiva, a ser realizada em conjunto, enquanto antes o dinheiro excedente era mantido em caixa e não levava a nada”.

Agora a Acqueline está plenamente satisfeita com sua participação no grupo de microcrédito comunitário, está sempre pronta a convencer e a envolver novos membros e tem outros projetos em mente: comprar outra cabra para expandir a criação e ter uma soma para renovar o estábulo, que durante a estação da seca sempre apresenta sérios danos causados pelo vento. Só assim ela será capaz de garantir um abrigo seguro para suas cabras.

A força do projeto “Pode ser feito!” está precisamente no espírito de comunhão do grupo, não apenas nas possibilidades que as economias em comum podem oferecer, mas no comprometimento e ideias que cada componente traz consigo e oferece a todos os outros, como sinal de reciprocidade.

 


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