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“Ousar cuidar”: transformando vidas no coração da Tailândia

“Ousar cuidar” é o slogan que anima várias atividades no mundo todo, as quais apoiam e promovem a fraternidade e o diálogo. Em Chiang Mai, Tailândia, é assim.
A fraternidade voa para Chiang Mai. Poderíamos intitular assim a história que oferece aos leitores a identidade mais profunda dessa cidade do Norte da Tailândia, que se apresenta com seus templos budistas, seus mercados tradicionais, suas paisagens de sonho: uma cidade sempre em movimento, sempre pronta a se renovar, tanto que merece a alcunha de eterna “cidade nova”.
Esse movimento, do ponto de vista social, também dá origem a várias iniciativas em favor da população desfavorecida que, por meio da ONG New Humanity, respondem a várias necessidades. De fato, há populações locais nascidas na selva tailandesa que se mudam para a cidade em busca de um futuro melhor; populações birmanesas que fogem da guerra em curso em Mianmar. As comunidades da região, que vivem há anos para levar a fraternidade ao país, deixaram-se envolver nessas situações, dando vida a uma série de iniciativas solidárias que convergem em um projeto muito específico: “Ousar cuidar”.
«Aqui em Chiang Mai», escrevem eles, «estamos ajudando as populações nos bairros de Doi Saket, Fa Ham, Sri Ping Muang, subúrbios muito pobres, e o orfanato de Phonsawan. Em Chiang Rai, outra cidade ao Norte de Chiang Mai, ajudamos alunos das escolas de Mae Salong Nok, Ban Lo Patun e Wiang Pa Pao».
As atividades específicas em torno dessas macroações são, por exemplo, apoio alimentar para famílias de estudantes, roupas, construção de poços de água em aldeias para povos indígenas na selva tailandesa, melhoria de estradas para combater o isolamento e promover laços comunitários. E qual é o ponto de partida do, o ponto de virada de todas as ações? As relações pessoais, que geram a comunidade e incentivam a estar presente com a ajuda também nos países vizinhos, como Mianmar, Laos, onde a população sofre com a pobreza e, no primeiro caso, há até um conflito em andamento.
«É preciso dizer que o patrocínio à distância, por si só, muitas vezes não é suficiente para ajudar os jovens que gostariam de continuar seus estudos e obter um diploma do ensino médio ou universitário. Alguns precisam de professores de apoio pós-escola, uma espécie de tutores para facilitar o aprendizado. A maioria dos nossos alunos vêm de famílias e ambientes pobres, onde nem sempre se dá importância à formação educacional. É por isso que o aprendizado é mais lento e que há necessidade de pessoas treinadas, que possam ajudar os alunos a terem acesso a temas mais difíceis».
Os relacionamentos, os vínculos comunitários, como dissemos, são o método orientador, porque aqui não se trata de alguém que salva outro alguém, mas de uma reciprocidade que permite, a quem vive em condições desfavorecidas, colocar em prática os próprios talentos e competências, em vista da redenção social e da felicidade pessoal e comunitária. «É por isso que vemos a necessidade de integrar a formação dos jovens, inclusive nos fins de semana em que há possibilidade de praticar melhor o uso da língua inglesa, de oferecer formação ética, de ensinar a cultivar relações interpessoais saudáveis, dar uma formação para a fraternidade e para a paz como estilo de vida, que inclui também o cuidado com o meio ambiente».
Entre os cerca de 300 estudantes que são ajudados, alguns gostariam de continuar com os estudos universitários, mesmo que as famílias não tenham meios econômicos. Assim, a ONG New Humanity está tentando colaborar para cobrir os custos de mensalidades, livros e material escolar, refeições e uniformes escolares exigidos pelas universidades tailandesas.
É uma fraternidade que tem sabor de concretude, que envolve não só os estudantes, mas também as famílias deles enquanto beneficiárias indiretas, em um total de aproximadamente 1.500 pessoas envolvidas.
«Temos que dizer também que nem todos os alunos são bem-sucedidos na vida, existem muitas variáveis. No entanto, fazê-los experimentar o calor humano, a confiança, dar-lhes importância, é algo positivo para esses alunos, é algo que permanece em suas vidas como um ponto luminoso».