Nji Mabih conta sobre os cinco dias de campus realizados na Costa do Marfim: sessenta jovens trabalharam em uma nova visão de si mesmos e do mundo, com foco na formação espiritual, social e profissional.

“Ousar cuidar de si mesmo, dos outros e do planeta”. Esse título, ao lado da proposta “Hombre Mundo Planetário“¹, atraiu sessenta jovens de diversas idades, etnias e nacionalidades para um campus promovido pelo Movimento dos Focolares na Mariápolis Victoria, na Costa do Marfim ocidental.

Durante cinco dias, os jovens estiveram envolvidos em atividades com temas relacionados à autoconfiança, a como estimular o potencial de cada pessoa, cuidar dos outros e do planeta. Foram vários momentos de oficinas e de formação espiritual inspirados nos valores do Movimento dos Focolares, como o diálogo, a unidade e o testemunho do Evangelho, que permitiram aos jovens obter ferramentas úteis para a própria formação profissional.

«Havia uma atmosfera cheia de vida, amor e luz – diz Nji Mabih, jovem empreendedora e Embaixadora de um Mundo Unido² –. Nesse clima, os jovens entenderam como é importante formar-se nos aspectos moral, espiritual, emocional e psicológico, para estarem prontos a enfrentar essa nova era.»

Para Mabih, esse tipo de formação multidisciplinar educa os jovens a buscarem o crescimento pessoal, «como uma semente já plantada que deve crescer em cada um». Segundo a jovem empreendedora, é essencial especialmente a formação espiritual, pois torna a pessoa forte e preparada para enfrentar um mundo cada vez mais exigente.

Abordando o tema “Ousar cuidar de si mesmos”, esses jovens foram incentivados a ir em busca de seus sonhos mediante metas e objetivos de vida, a fim de contribuir de modo incisivo em cuidar dos outros e do planeta. «É importante que todos aprendam a cuidar de si mesmos, antes de se apresentarem ao mundo exterior. Só assim é possível aprender a cuidar dos outros, sem serem muito influenciados pelos outros», acrescentou Mabih.

O programa do campus atingiu seu ápice na oficina sobre empreendedorismo, com foco na Economia da Comunhão³ como forma de criar empreendimentos sustentáveis, pautados por uma perspectiva focada na “cultura da partilha” e não na cultura do “ter”. «Nessa idade, muitos jovens se interessam pelo empreendedorismo.  A Economia da Comunhão os fascinou e despertou neles o desejo de fazer negócios por meio dessa nova cultura e de ver a economia atual com olhos novos, sabendo que sua contribuição é importante.»

Para colocar em prática o que aprenderam na teoria, os jovens tiveram a oportunidade de participar de estágios, como plantio de árvores, cultivo de medicamentos naturais contra a malária (Artemísia), aprendizagem do processo de produção de chocolates.

«Todos esses momentos trouxeram à tona a autenticidade dos jovens e os deixaram com a ideia de que nada é impossível se você acredita em si mesmo e coloca Deus em primeiro lugar em tudo aquilo que faz», concluiu Mabih.

Para essa jovem empreendedora, os dias na Mariápolis Vitória foram emocionantes e vibrantes, especialmente porque a formação multidisciplinar estimulou o desejo dos jovens de fazer mudanças no local onde vivem e contribuir para um mundo melhor. Esses temas também estimularam os jovens a se tornarem, como ela, Embaixadores de um Mundo Unido na cidade natal.

«Começamos a partir daí com este slogan: “Preocupar muito não é a resposta, mas contribuir positivamente é uma solução”.»

¹Hombre Mundo Planetário: oficina internacional promovida pelo Movimento Juvenil pela Unidade a cada três anos, para que os adolescentes se formem na cultura da fraternidade em uma dimensão mundial, para que aprendam a conhecer, amar, respeitar a pátria do outro como a própria.

² Embaixador de um Mundo Unido: o programa dos “Embaixadores do Mundo Unido” é promovido pela New Humanity International ONG, uma organização não governamental do Movimento dos Focolares. Esse programa visa a criar uma rede mundial de jovens porta-vozes da ONG New Humanity em nível nacional e internacional, “pontes” entre os esforços locais e globais por um mundo unido.

³Economia da Comunhão: a EdC envolve empresários, funcionários, gestores, consumidores, cidadãos, operadores econômicos, todos aqueles que estão engajados nos diversos níveis para promover uma prática e uma cultura econômica permeada pela comunhão, gratuidade e reciprocidade, propondo e vivendo um estilo de vida alternativo ao que predomina no sistema capitalista.